A manhã se estende preguiçosa pelas janelas semi abertas, e o quarto de Darlene se enche de uma luz dourada que banha tudo com uma suavidade quase etérea. Os lençois, ainda amassados pela inquietação da madrugada, exalam calor e um perfume discreto de jasmin e lembranças.
Eduardo está ali, sentado ao lado dela, imóvel, como se o menor gesto pudesse romper a frágil bolha de intimidade que os envolve. Seus olhos percorrem cada centímetro do rosto de Darlene, os cílios longos que adornam os seus lindos olhos, a curva suave do nariz, os lábios entreabertos em respiração calma. Ele a contempla com uma reverência silenciosa, como se estivesse diante de algo sagrado.
Darlene sente o olhar dele. Mesmo de costas para ele, ela sente, como uma carícia invisível sobre a pele nua, uma vibração no ar entre os dois. O corpo dela ainda guarda a memória do abraço noturno, da respiração quente dele no pescoço, do peso reconfortante de seus braços ao redor da cintura. Uma parte de si queria afastá-lo. M