A manhã mal começa a se espreguiçar pela mansão Schneider quando a porta se abre com a energia avassaladora de sempre. Marta entra como um furacão de luz, os cabelos soltos voando com o vento e Lua agarrada ao seu pescoço como um macaquinho eufórico. A criança solta gritinhos doces e risadinhas que enchem o escritório com um som quase mágico, como se, naquele instante, o mundo parasse para sorrir também.
O perfume suave de Marta e o cheiro de bebê se misturam no ar, invadindo o espaço com algo difícil de descrever: acolhimento, lar e pureza.
Eduardo, que está de pé junto à porta, sorri no mesmo instante em que ouve a risada da menina. Mas seus olhos, ah, os olhos, denunciam o peso de tudo que ainda não foi dito.
— Olha só quem chegou! — Marta exclama, entrando de vez.
— A Lua tava doida pra ver o titio Dudu, né, filha?
— Tava mesmo — ele responde, indo ao encontro delas com passos lentos, mas firmes. Ele toca de leve o cabelinho fino da menina, e Lua imediatamente estende os bracinho