O cheiro de sangue e desinfetante ainda impregna o ar, misturando-se ao frio cortante que vaza pelas paredes da enfermaria do Grupo Schneider. Cada passo de Jonathan ressoa pelo corredor como o bater de um coração aflito, e o mundo ao seu redor parece em suspensão, como se a qualquer momento pudesse desmoronar.
Ele empurra a porta da enfermaria com uma força contida que denuncia o turbilhão dentro dele. No instante em que seus olhos encontram Marta deitada sobre a maca, seu peito se contrai num espasmo invisível. A respiração falha. Ali, tão pequena e frágil sob os lençóis brancos, ela parece uma versão quebrada da mulher forte que ele ama.
A médica, de semblante sereno e firme, se adianta com o prontuário nas mãos, interrompendo seus pensamentos.
— Senhor Schneider — começa ela, a voz calma — ela está estável. Já foi medicada, os exames estão normais. Em cerca de uma hora, poderá ir para casa.
Jonathan avança dois passos, incapaz de se manter imóvel.
— Tem certeza que não seria melh