O corredor do Grupo Schneider parece infinito. Cada passo de Jonathan ecoa pesado, um trovão abafado que vibra nas paredes revestidas de mármore frio. Ele sai da sala escura com as mãos ainda manchadas pelo horror que acabou de enfrentar e o sangue de um homem que ousou encostar em Marta. O sangue que agora gruda em sua pele como uma lembrança grotesca de que o mal existe, e que ele é capaz de combatê-lo... custe o que custar.
Lá fora, o ar noturno é denso, pesado como um manto gélido que sufoca os seus pulmões. Mas, dentro do peito, o alívio arde, um alívio feroz, selvagem, primitivo, ela está viva. Ela respira. E o monstro... o monstro que ameaçou tudo o que Jonathan mais ama... jamais terá a chance de ferir outra pessoa.
Atrás dele, um último grito agonizante ecoa da sala, rasgando o silêncio antes que Eduardo feche a porta com o pé, como se lacrasse o próprio inferno dentro daquela sala. A quietude que se instala é tumular, feita de medo, vingança e, paradoxalmente, de esperança.