O silêncio que se instala depois da conversa com o advogado Rui Campos é profundo, quase reverente. Ninguém tem pressa em quebrá-lo. A emoção ainda paira no ar como névoa fina. Os dois pequenos estão adormecidos agora, deitados lado a lado no tapete da sala, ainda com resquícios de banana e mel pelos cabelos e pelas bochechas.
David, sempre prático, se aproxima de Vivian com a postura firme e o tom direto que o caracteriza.
— Vivian, ele diz, olhando-a nos olhos, por enquanto, quero que fique hospedada aqui na mansão. Com calma, vamos lidar com tudo isso. Mas você precisa se manter inteira, por você e pelas crianças.
Ela o encara por um longo momento, as pálpebras pesadas e o rosto abatido, como se lutasse para manter a compostura. Sua voz vem baixa, quase num sussurro:
— Você tem certeza que o Alan está… morto?
David não hesita. Ele assente com a cabeça, firme.
— Sim. Foi encontrado com um frasco de anestésico conectado ao corpo do seu marido. Tudo indica suicídio. Ele era médico, sa