O Último Fio

O amanhecer chega lento, mas dentro do quarto de Cassandra o tempo parece não existir. O espelho no teto continua refletindo o horror que ela se tornou, obrigando-a a encarar cada detalhe da própria destruição. A foto de “antes” e “depois” ao lado parece rir dela, zombando de tudo o que perdeu. O corpo lateja, as feridas abertas pela crueldade do enfermeiro ainda ardem como se estivessem sendo queimadas de novo.

O som dos passos pesados no corredor é inconfundível. O Don está voltando.

A porta se abre e David Lambertini entra como se o espaço fosse dele desde sempre. O ar muda. Ele não carrega pressa, mas a calma mortal de quem já tem todas as peças no tabuleiro.

— Dormiu bem, Cassandra? Pergunta com um tom quase educado, mas carregado de sarcasmo.

Ela não responde. O silêncio é a única arma que ainda lhe resta, mesmo que seja uma arma inútil diante dele.

David se aproxima da cama, coloca um envelope grosso sobre a mesa de cabeceira e puxa uma cadeira para sentar. Seus olhos a examina
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
capítulo anteriorpróximo capítulo
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App