O cheiro de terra molhada, o som das galinhas no quintal e o vento suave que balança as folhas das laranjeiras anunciam o improvável, Marta Maia voltou.
Após uma semana desaparecida, sem avisos, sem mensagens, sem rastros e agora ali está ela, surgindo na porteira com a sua RAM ronronando e uma expressão serena demais para quem carrega o caos nos olhos. Os cachorros correm ao seu encontro como se o tempo nunca tivesse passado. Dona Maria, que estava colhendo manjericão na horta, larga tudo ao ver a filha e corre com as mãos trêmulas, as lágrimas já rolando antes mesmo de tocá-la.
— Filha! Minha menina! — ela sussurra, apertando Marta contra o peito como se pudesse impedi-la de sumir outra vez.
Marta sorri com doçura e tristeza misturadas. Beija o rosto da mãe, sente o cheiro do perfume leve que sempre a acalma e sussurra:
— Eu voltei, mãe. E dessa vez… é para ficar, posso morar aqui novamente?
Heitor, com os olhos marejados, aparece na varanda. O sorriso contido denuncia a alma em co