Jonathan afunda mais um copo de whisky na garganta enquanto a mansão se fecha no silêncio ensurdecedor da ausência de Marta. Os olhos dele, vermelhos de bebida e raiva contida, vagam perdidos pela sala. Tudo ali tem cheiro dela, traços dela. E ele, como um furacão desgovernado, destruiu o que mais amava.
Pega o celular, com os dedos trêmulos, e liga para o seu piloto pessoal.
— Prepare o jato. Agora. — a voz arrastada não deixa espaço para argumentações.
— Destino, senhor?
— Campos do Jordão.
Sem esperar resposta, ele desliga. Ele precisa sumir. Precisa fugir dele mesmo.
Enquanto isso, Marta, ainda trêmula, se fecha no antigo quarto. O quarto que usava quando ainda não dividia a cama e a vida com Jonathan. O peito arde, o pescoço marcado lateja, e o silêncio da casa pesa como mil toneladas. Ela passou a noite acordada, olhos abertos, coração despedaçado. Deitada na beira da cama, com a mala aberta no chão, decide que é hora de ir. Hora de fechar o ciclo, ainda que ele a rasgue por den