Quando o relógio marca o fim do expediente e as luzes do Grupo Schneider começam a se apagar, há um tipo de magia silenciosa no ar. A cidade ferve lá fora, mas dentro da empresa, tudo parece se aquietar em torno de um único detalhe: Marta e Jonathan saem juntos, lado a lado, sorrindo como se o mundo lá fora não importasse. E talvez não importe mesmo. Porque quando os olhos dele encontram os dela no elevador, é como se o tempo se dobrasse para abrigar só os dois.
No carro, o clima é leve. As mãos se buscam no silêncio confortável da rotina que começa a se formar. Marta ri de algo bobo que Jonathan diz, e ele se permite observá-la por um segundo a mais, como se quisesse memorizar cada expressão.
— Você percebe que a gente parece aqueles casais de filme? — ele pergunta, com um sorriso meio torto.
— Casais de filme brigam, se desencontram, fazem drama e depois se beijam na chuva — ela responde, com o olhar divertido.
— A gente só tá tentando chegar vivo em casa no trânsito de São Paulo.