A porta pesada da mansão se abre, e antes mesmo que David possa pisar com firmeza no piso polido do hall, o som de risadas infantis rompe o silêncio da casa. Duas pequenas explosões de energia, às suas gêmeas, surgem correndo pelo corredor, descalças, como se o mundo inteiro coubesse naquele momento. Elas se jogam nos braços do pai com a confiança cega de quem sabe que aquele homem, que impõe medo a tantos, jamais deixará de ser o porto seguro delas.
David as recebe com um sorriso que poucos conhecem. Por dentro, ainda está em combustão. Mas por fora, elas são o alívio, o norte. Ele as envolve, cheira seus cabelos, beija suas bochechas em sincronia com a batida acelerada do próprio coração. Elas gargalham e logo saem correndo, deixando um rastro de vozes e passos agudos pelos corredores.
Lizandra, a sua esposa, observa tudo da escada. Os olhos dela não erram. Vê, sob a casca do homem que ama, a tempestade que se forma, e já está acostumada a reconhecer os sinais.
— O que foi agora, Da