A noite cai como um véu cúmplice sobre a mansão Schneider, mas dentro do quarto principal, nenhuma escuridão consegue ofuscar o brilho da cena que se desenha.
Marta está sentada na beira da cama, os cabelos soltos, a camisola simples colada ao corpo ainda marcado pela maternidade. Jonathan, de joelhos no chão, luta com as peças do bercinho portátil, franzindo a testa como se estivesse montando uma arma secreta. Ambos riem baixo, trocando olhares que falam mais do que mil promessas ditas. Mas quando Lua solta um murmúrio e estica a mãozinha em direção aos dois, eles se rendem. A filha vai para a cama com eles, entre os dois corações que, por tanto tempo, bateram separados.
— A gente sobreviveu a tanta coisa — Marta murmura, os olhos presos no rostinho sereno da filha.
— E olha o que temos agora...
Jonathan não responde com palavras. Ele apenas se aproxima, beija a testa da filha e depois a da mulher que ama com uma ternura que rasga qualquer passado de dor. Na madrugada, quando Lua d