O relógio marca o fim da tarde quando a porta da casa se fecha suavemente, abafando o som da rua. O mundo lá fora se apaga, como se nada mais existisse além daquele instante sagrado. Marta e Jonathan estão ali, juntos, de pé no meio da sala, a mesma onde tantas conversas, silêncios e decisões difíceis foram compartilhados, mas agora tudo parece diferente. O tempo parece parar. Há uma leve eletricidade no ar, como se cada respiração ecoasse mais forte do que deveria.
O olhar de Jonathan encontra o de Marta com uma intensidade muda, profunda, cheia de significados não ditos. E ela sente, no fundo do peito, aquele calor que só se acende quando a alma reconhece seu lar. No meio deles, pequena, frágil e completamente entregue, dorme Lua, envolta em uma mantinha macia, com o rosto sereno como quem veio ao mundo para ensinar sobre a pureza do amor.
— Ela é perfeita — sussurra Marta, com a voz embargada de emoção, seus olhos marejados fixos no rostinho da filha.
Jonathan apenas concorda co