A noite avança e a boate começa a esvaziar-se aos poucos, mas o calor humano e o cheiro de álcool ainda pairam no ar. Eduardo e Darlene seguem impecáveis no disfarce, entre beijos e sorrisos cúmplices, como se fossem apenas mais um casal apaixonado, alheio ao sumiço de Jeff, à tensão da cidade e às suspeitas que rondam cada olhar.
Mas Caio não se dá por satisfeito.
Ele surge na área VIP, se aproximando com passos largos e firmes, a expressão de quem quer marcar território, como um macho alfa testando limites. Para diante deles, fita Darlene com aquele velho olhar possessivo que ela conhece bem, mas desta vez ela não desvia.
Pelo contrário.
Darlene ergue o queixo, encara-o de frente e, sem dizer uma palavra, se vira e beija Eduardo com intensidade, segurando o rosto dele com as duas mãos. O beijo não é só parte do disfarce. É também desafio, provocação e, talvez, algo que nem ela mesma consegue explicar.
Quando afasta os lábios, Caio está ali, incrédulo, o olhar oscilando entre surpres