O sol ainda beija a linha do horizonte quando o cheiro de café fresco e pão assado invade a casa dos Maia, espalhando um aroma acolhedor e familiar, mas que hoje parece incapaz de aliviar a tensão silenciosa que paira no ar. Na ampla cozinha, o arrastar das cadeiras contra o chão de madeira, o tilintar de xícaras e o sussurro de vozes preocupadas criam uma sinfonia discreta, marcada pelo peso do que não é dito.
Todos estão ali: Jonathan, Islanne, Eduardo, Dante, Miguel, Heitor e Dona Maria, que, mesmo com o cansaço estampado no rosto, serve com delicadeza tapiocas quentinhas, queijo minas em cubos e um bule fumegante de chá de erva doce, como quem tenta manter a vida funcionando, apesar de tudo.
— Bom dia para todo mundo — diz Dona Maria, com aquele sorriso suave, que esconde o esgotamento acumulado das últimas semanas.
— Vamos comer... o dia vai ser longo.
Ravi surge logo em seguida, os olhos vermelhos denunciando mais uma noite em claro, mas a expressão endurecida pela determinação