A noite chega com pressa, como se quisesse esconder a dor que o dia expôs. As sombras invadem os cantos da casa, e os sons da roça, antes familiares, agora parecem sussurros de um mundo que não está em paz. Do lado de fora, o vento balança as árvores, e cada folha que cai soa como um sussurro de lamento. O nome de Jeff, não dito em voz alta, agora parece ecoar entre as paredes, nos olhos cansados de cada um.
Marta não consegue descansar. Caminha de um lado para o outro no quarto, os pés descalços tocando o chão frio, Lua no colo, dormindo sem saber do peso que a mãe carrega. Jonathan a observa em silêncio, recostado na moldura da porta. Sabe que não há palavra capaz de consolar, apenas presença. Marta beija a testa da filha com ternura, mas a dor em seu rosto denuncia que aquele gesto não é leveza, é sobrevivência.
— Eu sinto que ele está vivo, Jonathan... — ela diz, com os olhos fixos em algum ponto além da parede. — Eu sinto. Toda mãe sabe quando seu filho parte. Eu saberia se ele t