Tempestade de saia

O sol brilha forte no céu, mas Jonathan só sente frio. Um frio que não vem do vento ou da sombra das árvores, mas da ausência. A ausência de um choro, de um cheiro, de um olhar que nunca conheceu. Em pleno sítio da família Maia, ele tenta sorrir, lembra do que viveu na noite anterior com Marta ao girar a aliança no dedo, cercado pela natureza, ele caminha como quem se afasta de um enterro silencioso — o do filho que lhe foi roubado antes mesmo de sentir o seu toque.

Ele precisa se concentrar. Afonso Schneider precisa saber de tudo. E Jonathan sente nos ossos que essa conversa vai ser uma tempestade.

Afasta-se da varanda, pisa na terra fofa e caminha entre os galpões impecáveis. Miguel passa por ele caminhando apressado em direção ao galpão em vazio sanitário, e o contraste entre o caos interno e a organização do sítio só o faz sentir mais... perdido.

Ele para. Respira fundo. Treme.

E faz o que vem evitando há dias.

Liga.

— Oi, pai — diz com a voz falha.

Afonso atende no segundo toque.
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