Ravi tamborila os dedos na mesa da cozinha, o prato à sua frente quase intocado. O café da manhã já se dispersa em conversas baixas, olhares perdidos e uma atmosfera espessa que se arrasta por toda a casa como neblina. A cada minuto, a tensão parece se condensar mais, sufocando o ar e puxando todos para um silêncio incômodo.
— Marta — ele diz de repente, com a voz seca, sem preâmbulos.
— Evita entrar no seu escritório por enquanto, tá?
Ela o encara, sem entender. Ravi desvia o olhar por um breve segundo e suspira.
— Eu... tomei conta dele nesses dias. Montei uma base de investigação lá. Está meio bagunçado, com muito fio, equipamentos... mapas. Se você for usar, me avise antes. Assim organizo tudo para você. Só peço que não toque nos meus computadores. E, se puder... evita olhar as telas. Tem coisa demais rolando, e sei que você entende perfeitamente o que pode aparecer nas telas, então evite certas informações.
Marta assente em silêncio, respeitosa, talvez ainda tocada demais pela d