Guilherme
As luzes da boate pulsavam como artérias vivas. Vermelho. Azul. Roxo. Uma dança constante de pecado e grana fácil.
Era sexta-feira e o inferno estava cheio. Do jeito que eu gostava.
Os camarotes lotados, os bares fervendo, os seguranças atentos. Mulheres belas demais para serem reais dançavam como se o mundo estivesse prestes a explodir. Homens poderosos gastavam como se o amanhã fosse só um eco distante.
E o dinheiro voltava a fluir como sangue fresco nas veias de um império que quase tinha sofrido um infarto.
As vendas estavam de volta. O produto circulava com força. Nenhuma interferência nos últimos cinco dias. JP e João, mesmo com os colhões murchos, haviam cumprido o papel e limpado a bagunça. Carlos e Vini reforçaram a segurança nas entradas, e o nome da boate voltava a ser sinônimo de poder — e não de falha.
Tudo parecia no lugar.
Exceto ela.
Fernanda.
No meio de todo esse luxo e segurança, tinha uma pedra solta. Pequena. Quase invisível. Mas que podia rachar o chão i