Guilherme
O escritório estava escuro, iluminado apenas pelas luzes da cidade que entravam pelas janelas de vidro. As câmeras de segurança piscavam em tons de vermelho e azul, como corações eletrônicos batendo num ritmo caótico. Meu território. Meu mundo.
Mas ultimamente, o caos tinha se tornado mais que um efeito de luz.
Havia rachaduras.
E eu não ia permitir que se alastrassem.
Leon era uma dessas rachaduras. E hoje, eu ia selá-la com sangue, se fosse preciso.
Eu estava sentado na poltrona de couro preto, os pés apoiados na mesa de vidro, uma mão segurando o copo de uísque enquanto a outra girava lentamente a faca que eu tinha pegado da gaveta. A lâmina refletia a luz das câmeras, cortando o ar como eu queria cortar a garganta do desgraçado que achou que podia me desafiar.
João entrou primeiro, seguido de JP. Logo atrás, dois seguranças arrastavam Leon, os braços dele amarrados nas costas, o rosto marcado por hematomas frescos. Um dos seguranças tinha o nariz sangrando. Leon devia