Capítulo Trinta e Um

Fernanda

Meus joelhos ainda tremiam quando ele saiu do depósito, a porta se fechando com força, o som ecoando entre as pilhas de garrafas. Eu escorreguei contra as caixas, o vestido rasgado pendendo dos ombros, o peito subindo e descendo em arfadas curtas e irregulares.

O cheiro de álcool e pó de vidro enchia minhas narinas, misturado ao suor que escorria pela minha pele quente, marcada. A tatuagem na nuca queimava como se ainda estivesse sendo feita, como se cada estocada dele tivesse reacendido a tinta sob minha pele.

Ele tinha me deixado ali.

Nua.

Molhada.

Frustrada.

Humilhada.

Eu queria chorar. Queria gritar. Mas tudo que consegui foi cravar as unhas na borda da caixa, os dedos escorregando no papelão úmido. Minha respiração saia como um rosnado baixo, meus dentes trincando, o gosto de sangue nos lábios que ele tinha mordido com força.

Eu tremia.

Mas não era só de raiva.

Era de desejo.

De ódio.

De uma mistura venenosa que me corroía de dentro pra fora.

Ele tinha me fodido c
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