Everton Narrando
Tem dias em que a vida dá um nó tão apertado que parece que não vai desatar nunca. Mas hoje… hoje eu senti que a corda começou a afrouxar. Acordei cedo, como sempre. Luizinho ainda dormia agarrado no bichinho de pelúcia preferido, e Priscila, mesmo com curativos e dores, tentava manter aquele sorriso no rosto, aquele sorriso que me dava forças pra continuar em pé quando tudo desmoronava ao redor. Mas a cabeça... a cabeça não desligava.
Sophie.
Aquela desgraçada ainda estava solta, e mais do que isso: ainda respirava liberdade depois de tudo que fez. Ela quase matou a mulher que eu amo. Tentou destruir nossa família, nosso lar, nossas vidas. E mesmo depois de eu jogar na cara dela cada podre, mesmo depois de ela ser exposta nas redes, ainda achou forças pra fugir como uma covarde. Como sempre foi.
Mas eu jurei pra mim mesmo, e pro filho que carrego no colo todos os dias, que ela não ia sair ilesa. Enquanto tomava um café amargo, encostado na janela, com a cidade desp