Everton Narrando
Aquela tarde em família foi daquelas que a gente guarda na memória com gosto de saudade antecipada. O sol tava se pondo, a carne já tinha quase todo mundo elogiado, e o Patrick me ajudava na churrasqueira enquanto contava umas histórias engraçadas da viagem dele. Era bom ver ele ali, se encaixando como se nunca tivesse saído. Priscila tava sentada na varanda com a dona Neuza, os pés apoiados numa almofada e a mão sempre descansando na barriga. De vez em quando, ela fechava os olhos e sorria do nada. E eu sabia... ela tava feliz. E isso bastava pra me fazer sentir o homem mais realizado desse mundo.
Luizinho corria com um aviãozinho na mão, rindo alto, e parava toda hora pra pedir mais refrigerante ou um pedaço de pão com alho. Eu ficava só observando, tentando guardar cada pedacinho daquela paz que a gente construiu com tanto esforço. Depois que o churrasco terminou e a galera foi começando a se dispersar, levei o lixo pra fora e fiquei um tempo encostado no portão,