Priscila Narrando
Quando o celular tocou e vi o nome do Everton na tela, senti aquele frio na barriga. Ele tinha viajado às pressas, me dizendo que precisava resolver uma coisa do passado — algo que envolvia a Sophie — e que voltaria assim que tudo estivesse certo. Eu confiei. Sempre confiei.
Atendi na primeira chamada.
— Oi, amor… tá tudo bem? — perguntei, tentando manter a voz firme, mesmo com o coração disparado.
— Tá tudo ótimo agora — ele disse, e só pela voz eu soube. — Peguei ela, Pri. A Sophie foi presa.
Eu fiquei muda. Por uns segundos, não consegui nem respirar. Aquela mulher tinha me feito tanto mal, ameaçado minha paz, meu filho, meu lar. Saber que ela agora tava atrás das grades… era como tirar uma tonelada de cima do peito.
— Meu Deus… — sussurrei, sentindo as lágrimas escorrerem. — Você conseguiu, Everton. Você fez justiça.
— A gente conseguiu. Por nós. Pelo Luizinho. Eu tô voltando pra casa, amor.
— Eu tô te esperando. E quando você voltar, a gente recomeça… do zero,