Sophie Narrando
Acham mesmo que vai ser tão fácil assim me pegar? Que eu sou idiota? Que vou ficar sentada esperando baterem na minha porta com uma algema na mão? Por favor… Eu sempre estive dez passos à frente. Sempre. Enquanto a cidade inteira fervia com a notícia do atropelamento da Priscilinha, eu já estava longe. No meu jatinho particular, com destino bem definido e nome novo no passaporte. Porque sim, querido, eu pensei em tudo. Absolutamente tudo. Olhei pela janela da aeronave enquanto ela subia, cortando as nuvens como se fosse o meu próprio recomeço. Sorri, fria, calculista. Eles podiam achar que tinham vencido, que estavam prestes a ver meu rosto estampado em noticiários como “foragida da justiça”, mas mal sabiam eles que o jogo mal tinha começado.
Peguei meu celular, o seguro, não o rastreável, e abri uma conversa com o único contato que restava e ainda era útil. Mandei só uma mensagem curta:
— Plano B em ação. Queimem tudo.
Sim, eu deixei rastros. De propósito. Só o sufic