O prazer entre eles não veio como um furacão. Veio como uma brisa que acaricia sem pedir licença. Cada toque, cada suspiro, parecia dizer silenciosamente: “É seguro sentir.”
E quando chegaram juntos ao clímax, não houve grito. Houve entrega. Dois corpos se acolhendo. Dois corações dizendo, sem palavras, que mesmo depois do fim, ainda havia espaço para continuar.
Clarice repousou a cabeça no peito dele, ouvindo os batimentos desacelerarem. Era um silêncio cheio. Um silêncio que não pesava. Um silêncio de presença.
— Sabe o que eu pensei? — ela perguntou, traçando círculos invisíveis com o dedo sobre a pele dele.
— O quê?
— Que talvez amar... não seja sobre se completar. Mas sobre ter coragem de se mostrar incompleta.
Leonardo não respondeu de imediato. Respirou fundo, como quem busca as palavras certas em um lugar muito fundo.
— E ter alguém que, mesmo vendo as partes quebradas, não tenta consertar... só fica.
Clarice fechou os olhos, sentindo as lágrimas quentes ameaçarem.
— É isso. O