O prazer cresceu entre eles com uma força branda, como se cada movimento dissesse: “É seguro sentir.”
E quando os dois chegaram juntos ao clímax, não houve explosão. Houve acolhimento. Como dois corpos que sabiam que, mesmo depois do fim, ainda haveria espaço para respirar juntos.
Clarice deitou a cabeça no peito dele, ouvindo os batimentos desacelerarem. Silêncio bom. Silêncio de presença.
— Sabe o que eu pensei? — ela disse, traçando círculos invisíveis no peito dele.
— O quê?
— Que talvez amar não seja sobre se completar. Talvez seja sobre ter coragem de se mostrar incompleta.
Ele ficou um tempo em silêncio antes de responder.
— E ter alguém que, mesmo vendo as partes quebradas, não tenta consertar… só fica.
Ela sorriu, com os olhos marejados.
— É isso. Obrigada por ficar.
Ele a beijou no alto da cabeça.
— Clarice, eu não fiquei só por você. Fiquei porque também me encontrei nesse espaço que a gente construiu. Porque quando você me deixa ver seu avesso, eu me reconheço no meu també