O carro seguia em silêncio pela estrada serpenteante. O sol, em seu auge, desenhava sombras dançantes nas folhas das árvores. Helena observava o mundo passar pela janela, o diário da mãe fechado sobre o colo, como se as palavras ali dentro pulsassem sob o couro da capa.
Clarice dirigia com concentração, o maxilar tenso. Leonardo, no banco de trás, mexia no celular, tentando rastrear alguma pista ligada ao nome “Santiago”.
— Vocês perceberam que ela nunca escreveu “vá até Santiago” — comentou ele, levantando os olhos. — Ela disse “procure por Santiago”. Isso pode significar qualquer coisa.
— Um nome. Um lugar. Uma lembrança — murmurou Helena, absorta. — Pode ser tudo isso ao mesmo tempo.
Clarice bufou, meio rindo.
— A Luísa sempre foi enigmática. Se tivesse entrado pra espionagem, teria deixado a CIA confusa.
Helena sorriu pela primeira vez em horas.
— Mas agora... eu acho que estou começando a entendê-la.
A estrada começou a subir, contornando a encosta de uma colina. Logo, à frente,