Na segunda-feira, o universo decidiu que meu inferno pessoal ainda não tinha terminado.
A professora de Literatura entrou na sala com um sorriso perigoso — aquele tipo de sorriso que significa “vou mudar a vida de alguém, e não pra melhor”.
— Turma, vamos começar um trabalho em dupla, — ela anunciou, escrevendo no quadro. — Tema livre: amor na literatura. Sortearei as duplas.
Eu já comecei a rezar. Em silêncio, prometi ser uma boa pessoa, estudar mais, ajudar nos trabalhos, qualquer coisa — desde que não fosse com Alec.
— Anne e… Alec.
Deus. Me odeia.
A sala toda fez aquele “uuuh” típico de gente que ama ver o caos dos outros. Alec levantou uma sobrancelha e virou pra mim com o sorriso mais convencido do planeta.
— Parece que o destino gosta da gente, Anne.
— Ou quer me punir, — respondi, sem disfarçar o drama.
— Relaxa, eu sou ótimo com palavras, — ele disse, esticando as pernas debaixo da carteira. — E amor é o meu tema favorito.
Revirei os olhos. — O seu tipo de amor é o caos, Alec