O corredor parecia um campo minado. Cada passo de Olívia ecoava entre os olhares que ainda a seguiam, curiosos, venenosos. Mas ela não baixou os olhos. Não dessa vez.
Empurrou a porta do escritório de Ian e a fechou com firmeza atrás de si. Virou a chave, garantindo que ninguém ousasse espiar ou ouvir. O silêncio ali dentro era pesado, sufocante.
Ian estava sentado atrás da mesa, mas não se moveu. Apenas a observava, os olhos frios, o dossiê ainda aberto diante dele como uma arma carregada.
Um buraco se abriu bem no meio do seu peito. Esperava as palavras que precisava ouvir para poder levar o dia adiante e fazer tudo ficar bem. Mas não veio.
— Você realmente vai me olhar desse jeito? — Olívia quebrou o silêncio, a voz carregada de fúria. — Vai me dizer que acredita nessa porcaria?
Ian não piscou. Não levantou a voz. Apenas respondeu, baixo, controlado:
— Não sei no que acreditar. — Seus olhos eram lâminas. — Porque, no fim das contas… eu não sei quem você é.
As palavras atingiram Olí