O banheiro estava silencioso quando Olívia entrou. O som abafado do restaurante lá fora desapareceu, substituído pelo eco leve das torneiras pingando. O ambiente de mármore branco, frio e sofisticado parecia um contraste cruel para a cena que encontrou.
Carol estava diante do espelho, a respiração irregular, os cabelos loiros, antes perfeitos, agora estavam emaranhados, emoldurando um rosto completamente transtornado. O batom borrado, os olhos úmidos, mãos sangrando. Mas o sorriso ainda cravado nos lábios como uma cicatriz. Ela batia as mãos na pia, respirando rápido, como se buscasse ar e ódio ao mesmo tempo. Ela parecia estar afundando.
A imagem refletida parecia a de uma mulher a beira de um colapso, e talvez, era.
Quando a porta rangeu e Olívia entrou, ela congelou por um instante. Seu coração ficou em alerta. Por pouco ele não parou de bater.
Tudo nela queria recuar. Mas Carol ergueu os olhos no reflexo e a viu refletida no espelho. E o sorriso distorcido, lento, se abriu ainda m