O portão principal da mansão Moretti se abriu não para um retorno triunfal, mas para uma chegada íntima e esperançosa. A imponência neoclássica do lugar, antes uma sentinela de segredos, parecia menos severa sob a luz suave do fim de tarde. O gramado estava impecável, e as janelas refletiam o céu cor-de-rosa, mas a verdadeira mudança estava no ar.
Dentro, no salão principal, uma cena inimaginável meses atrás se desdobrava. Balões coloridos, alguns meio murchos e amarrados com jeito infantil às cadeiras e à escadaria. Uma mesa com salgadinhos, sucos e um bolo simples com os dizeres “BEM-VINDO PARA CASA, PAPAI!” escrito com glacê um pouco tremido. Léo, vestindo uma camisa social pequena e gravata borboleta, pulava de um pé no outro ao lado de Carla, que ajustava o último balão com um sorriso terno.
Olívia, ao lado de Ian que apoiava-se levemente em uma bengala elegante, fingiu a surpresa com perfeição.
— Léo, meu amor, o que é isso? Que lindo!
Ian parou à porta do salão, sua expressão