O som do corpo de Olívia batendo nos degraus de pedra da capela ecoou nos ossos de Ian como um sino fúnebre. Ele a pegou antes que sua cabeça atingisse o chão. Era leve demais. Frágil demais. Um contraste violento com o fogo nuclear que consumia suas próprias entranhas.
Ele a levou até o carro, seus movimentos mecânicos, precisos. A raiva era uma entidade viva dentro dele, pulsando com cada batida do seu coração, alimentada pela imagem queimada em sua retina: o carrinho vermelho de Léo, o brinquedo barato e amado, na mão suja de um estranho. O sorriso cruel. A provocação muda.
Tocaram no que é meu.
A frase girava em sua mente, primitiva, absoluta. Não era sobre posse. Era sobre território. Sobre o santuário violado. O quarto do seu filho. A paz da sua mulher.
Ele a colocou no banco de trás do Aston Martin, seu rosto de porcelana pálida contra o couro preto. Matheus tentou bloqueá-lo.
— Ian, espere. É o que eles querem. Que você aja sozinho, por impulso.
Ian ergueu o olhar. O que Mathe