O silêncio dentro da SUV blindada era mais denso que a escuridão da noite que engolia as ruas. Olívia tremia, não de frio, mas de um tremor profundo que parecia vir de seus ossos. Em seu colo, as mãos ainda cerradas, o pequeno pedaço de papel com o sangue de Benjamin parecia queimar sua pele. Ela não conseguia olhar para ele, mas também não conseguia soltá-lo.
Ian, ao volante, tinha os nós dos dedos brancos de tanto pressionar o volante. Seus olhos, refletidos no retrovisor, varriam constantemente os arredores, cada carro, cada sombra uma possível ameaça.
— Não fomos seguidos — Matheus declarou do banco do passageiro, seus dedos ainda digitando em um tablet escuro. — Mas isso não significa nada. Se são quem eu acho que são, já sabem para onde estamos indo.
— Mude o protocolo de segurança da mansão — Ian ordenou, sua voz rouca. — Rotação total da equipe. Ninguém que já esteve lá nas últimas 48 horas permanece. Contrata uma nova equipe externa, de fora da cidade. Pague o que for preciso