Ian estava encostado no parapeito da janela do quarto, o paletó jogado na poltrona e a gravata frouxa, como se aquela tarde tivesse drenado muito mais que o seu tempo.
E foi dali, que Ian observou quando Olivia atravessou o jardim com passos rápidos, como quem foge de um incêndio que ninguém mais vê.
A postura dela era reta, quase altiva… mas ele conseguia perceber a pressa. Podia ver os fardos que ela carregava.
O vestido dela balançava com o vento, mas a postura seguia ereta, como se estivesse calculando qualquer passo para não desmoronar.
Inconscientemente, Ian apertou o vidro da janela com os dedos. Irritação. E uma angústia que ele não queria nomear.
A cada passo dela, as perguntas apenas latejavam nele:
O que ela estava escondendo?
Por que esconder tanto?
O que havia naquela história que ela não podia dizer nem para ele?
Ainda que, sentia como se seus olhos fossem a porta para o universo inteiro e ele já soubesse de tanto.
Passou a mão pelo rosto, tentando empurrar o incômodo p