A noite desceu sobre a mansão Moretti como um véu de cetim pesado, abafando as últimas cores do entardecer. O jardim, cenário do casamento mais comentado do ano, agora pulsava em tons dourados e âmbar, o brilho das luzes refletindo no cristal dos lustres suspensos nas árvores, nas taças de champanhe, nas joias das convidadas.
A orquestra, instalada sob o gazebo principal, executava um jazz refinado, e o som de risadas polidas se misturava ao murmúrio dos negócios e segredos disfarçados sob vozes de veludo.
Para os convidados, a festa era perfeita, uma celebração de poder, união e luxo.
Para Olívia, era apenas um cárcere iluminado.
Ela circulava entre as mesas ao lado de Ian, cumprimentando empresários, políticos e mulheres que a mediam com sorrisos disfarçados e olhares cortantes. A cada passo, sentia o peso do anel dourado como uma corrente. O vestido de renda parecia colar em sua pele como uma armadura quente demais.
Ian mantinha a mão em sua cintura. Não era um gesto de carinho, er