Horas depois, quando a festa no jardim ainda fervilhava, com risos altos, brindes frequentes e a música tomando um ritmo mais vivo, o interior da mansão respirava um silêncio sepulcral.
Olívia entrou primeiro no quarto principal, aquele que seria agora oficialmente o dela. O perfume enjoativo das gardênias e lírios a havia seguido, impregnando suas roupas e seu cabelo. O vestido de noiva, outrora um símbolo de pureza, agora a sufocava como um aperto físico, a lembrança constante da gaiola em que se metera.
Com um movimento brusco de frustração, ela arrancou o véu, sentindo os alfinetes puxarem fios de cabelo. Não importava. Jogou-o sobre uma poltrona estofada, e o som suave do tecido caindo no chão ecoou pelo quarto vazio e opulento como um suspiro de derrota.
— Foi exatamente isso que você quis, não foi? — sua voz cortou a quietude do ambiente, firme e afiada como vidro estilhaçado. Ela nem mesmo se virou para olhar para ele, sabendo que ele a seguira. — Me ver enfeitada como um trof