Capítulo 136

O dia não amanheceu; ele se arrastou para a existência como um condenado para o cadafalso. Um silêncio espesso e antinatural pairava sobre a casa, um vácuo sonoro que não trazia paz, mas sim a agonia da espera.

Olívia já estava acordada quando os primeiros raios de luz cinzenta começaram a espreitar por entre as frestas das persianas. Seus olhos, secos e ardentes de insônia, estavam fixos no teto, traçando as pequenas rachaduras no gesso como um mapa de sua própria psique rachada.

Cada respiração era um esforço consciente. Por um instante fugaz, delirante, ela permitiu-se acreditar que o relógio marcava uma terça-feira comum, um dia qualquer de chuva e anonimato. Mas então, o sino distante da igreja tocou, seis badaladas graves e inevitáveis que ecoaram em seus ossos.

Sábado.

A palavra não era um pensamento; era uma sentença. O dia do seu casamento.

Ela se sentou na cama com a lentidão de quem carrega feridas invisíveis. Seus cabelos, outrora sedosos, caíam em fios embaraçados sobre s
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