Capítulo 108
Os olhos de Ian queimavam nos dela. O silêncio que o quarto mergulhou era tão denso, tão espesso que parecia ter forma e vibrar entre eles.
Ian e Olivia continuavam parados, a um passo um do outro, respirando o mesmo ar, os olhares como garras, sem saber quem iria recuar primeiro. Ian inclinou-se um pouco mais, até que o nariz quase roçava o dela.
Mas parou.
Congelado entre o desejo e a contenção.
Olívia fechou os olhos, sentindo o coração prestes a explodir.
E soube, naquele instante, que aquele segredo não era o único peso entre eles.
A distância entre eles desaparecia, como se o ar tivesse sido engolido pelo espaço apertado daquele quarto. Olívia sentia a respiração de Ian contra a própria pele, rápida, pesada, como se ele estivesse tentando se conter ou prestes a se perder.
— Por que não? — ele perguntou, a voz dele saiu baixa, grave e quase rouca, mas firme, como um roçar de pedra contra pedra que pareceu sacudir o ar.
Ela piscou, sentindo o coração bater descompassa