O corredor da mansão parecia ter parado no tempo. Servos imóveis, Clara com um sorrisinho venenoso, Benjamin com olhos ávidos; todos assistiam o momento em que Ian empurrava Olívia contra a parede, o corpo dele erguido, a sombra tomando conta do rosto.
O ar estava pesado, abafado. O silêncio, sufocante.
O coração de Olivia batia descompassado. As costas pressionadas contra a parede fria, a respiração curta. Ian estava ali, diante dela, tão perto que parecia que qualquer palavra mal dita poderia incendiar o mundo. O olhar dele era uma mistura de dor e fúria, mas também de uma vulnerabilidade que raramente deixava escapar.
— O que ele quis dizer, Olívia? — Ian perguntou, a voz baixa, grave, como se cada palavra fosse arrancada de dentro do peito, carregada de urgência. — O que você está escondendo de mim?
Os olhos dela se arregalaram, arderam sob o peso da cobrança. O sangue gelou.
Ela sabia exatamente do que ele falava. Do sussurro de Nicolau, minutos antes de quase desabar diante de t