Cap 11. Eu pensei ,ou será que falei?
Me escoltaram por um corredor de portas fechadas, silencioso como um túmulo. No final, uma escada de mármore frio me esperava, e sem que eu tivesse tempo de entender, já estávamos em outro andar. Tudo ali era diferente. O piso brilhava, as paredes ostentavam molduras douradas e quadros caros. Era um luxo que machucava a vista de quem vinha da lama.
– Suíte 229. – Disse o cafetão, seco, sem me lançar um único olhar. Parou diante da porta e esperou que eu entrasse. Fiquei ali, paralisada, pernas bambas, mãos suando frio. Eu sabia o que me esperava, mas meu corpo não obedecia.
Foi então que senti o toque gelado e ameaçador do cano da arma pressionando minhas costas. Um empurrão sutil, porém firme. Fechei os olhos, respirei fundo como quem mergulha sem saber nadar. Minha mão encontrou a maçaneta. Girei. Entrei. Fechei a porta atrás de mim, selando meu próprio destino.
Dentro do quarto, o impacto me fez esquecer até da presença de Miguel. Aquele quarto era maior que minha antiga casa intei