Leonardo
Ela não se ofendeu. Nunca se ofendia. Já sabia como eu funcionava.
Voltei para o carro com um gosto amargo na boca e a sensação de que nada, absolutamente nada, havia mudado.
Meu corpo podia estar saciado, mas minha mente continuava em tormento. O cheiro de Melina ainda impregnava minha pele, mas o nome que ecoava dentro de mim era outro.
Isadora.
O som da risada dela ainda pulsava nos meus ouvidos. A imagem da água escorrendo entre seus seios, o biquíni colado à pele, os cabelos presos de qualquer jeito... tudo nela me dominava.
E foi naquela noite, dentro daquele carro abafado, que finalmente encarei a verdade que vinha tentando negar há semanas.
Eu quero minha tutelada.
Não de um jeito fraternal. Não como um protetor ou responsável.
Eu a quero de verdade. Com todas as minhas forças.
Quero prendê-la contra a parede, ouvir sua respiração ofegante, mergulhar naquele corpo que me provoca dia após dia.
E o pior?
Se ela fosse virgem, talvez eu tivesse forças para fugir. Talvez