Isadora
Tem dias que eu sinto como se estivesse vivendo com um fantasma.
Leonardo passou de um homem frio e distante para um verdadeiro muro de concreto. Ele não olha, não fala, não respira perto de mim. E cada passo que dou parece empurrá-lo ainda mais para longe.
E isso me enlouquece.
Porque eu sei.
Eu sei que ele sente.
Mesmo que não diga. Mesmo que esconda.
Eu vi o jeito como ele travou o maxilar quando me viu com o biquíni branco. Vi o modo como desviou o olhar rápido demais, como quem foge da própria fraqueza. Eu conheço aquele tipo de homem. Orgulhoso. Disciplinado. Acostumado a ter controle sobre tudo.
Só que o corpo não mente.
E o dele grita.
Desde então, ele me evita como se eu fosse o pecado em carne viva.
Não me dirige a palavra. Não se senta à mesa quando estou. Não cruza o mesmo ambiente que eu, se puder evitar. E isso deveria me ferir… mas só me instiga mais.
Quero derrubar esse homem.
E se, para isso, eu tiver que provocar, provocar e provocar… então que seja.
Foi Lív