A campainha tocou de novo, insistente. E eu já sabia que era ele.
Meu coração disparou antes mesmo dos meus pés tocarem o chão. Cada passo até a porta parecia pesado, como se eu caminhasse em direção a algo inevitável. Quando abri, lá estava ele.
Dante.
Tão real quanto a dor no meu peito. Tão bonito quanto eu me lembrava — mas mais sombrio, mais contido. O olhar dele carregava um peso que eu reconheci na hora. Culpa. Desejo. Desespero.
Fiquei parada, segurando a maçaneta com força.
— O que você está fazendo aqui?
— Precisava te ver — ele respondeu, a voz rouca, baixa. — Saber como você está.
Eu ri. Um riso curto e amargo.
— Agora sabe. E aí? Vai embora de novo?
Ele não respondeu. Só entrou, como se o silêncio fosse autorização. Fechou a porta com calma, mas o ar entre nós estava longe de ser tranquilo.
— Helena…
— Não, Dante. Eu entendi. Você quer distância. Você quer me proteger me deixando sozinha. Beleza. Já aceitei isso. Não espero mais nada de você.
Meu queixo tremeu, mas eu me m