A boate Verona seguia pulsando como sempre — luzes vermelhas, fumaça artificial, corpos colados na pista como se a luxúria fosse o único idioma compreendido ali. Mas mesmo em meio ao caos familiar, eu me sentia deslocado.
Mel cruzou o salão em minha direção com aquele vestido justo que deixava pouco à imaginação. Morena, pele dourada, olhos puxados e boca carnuda. Um furacão disfarçado de tentação. Ela era tudo que um homem como eu deveria querer — e nada do que eu precisava.
— Você sumiu — disse ela, se jogando no sofá da área VIP como se fosse a dona do lugar. — Achei que tinha morrido ou se apaixonado. E nós dois sabemos que você não ama ninguém.
Ri sem humor, jogando um gole de uísque garganta abaixo.
— Tô resolvendo uns problemas.
Ela se inclinou, os dedos arranhando de leve minha coxa.
— Posso resolver um deles pra você. Que tal começar por esquecer a loirinha?
Meu maxilar travou. Helena.
Desde que deixei o hospital, não consegui pensar em mais nada. O jeito como ela me olhou qu