Saulo Prado
Eu sentia o corpo de Angelina trêmulo atrás de mim, e, por mais que tudo entre nós fosse novo, complicado, intenso demais... a última coisa que eu queria era abrir mão dela. Nunca me senti tão envolvido, tão preso em alguém, como se ela tivesse cravado raízes em mim, e não houvesse mais escapatória.
— Você não vai sair do escritório, bem... vou dar espaço pra vocês se vestirem. Atrapalhei demais — disse Francesca, aquilo me soou estranho.
Não fazia ideia de como ela havia entrado, nem quando. Só sabia que ela nos viu dormindo nus, abraçados. E agora saía com aquele tom cínico que só ela dominava.
— Meu Deus... — Angelina sentou-se na cama, levando as mãos ao rosto, os olhos arregalados e atentos. Eu me sentei ao lado dela, tentando pôr os pensamentos em ordem.
— Ela não tem motivo pra chantagem. Você é divorciada, adulta. Eu sou solteiro. O que ela poderia usar contra nós? — segurei seu rosto com carinho, olhando em seus olhos.
Ela sorriu, cansada. — Verdade. Talvez tenha