Camila parou no meio da sala. Literalmente parou. Como se o tempo tivesse pausado ao redor.
- Lina... você... você tá apaixonada por ele. É isso. Tá na cara. É capaz de... você já amar esse homem.
- Não! Não, Camila! Amor não! - disse rápido, como se negando eu pudesse desfazer o que sentia.
- Tá sim. Tá sim, Lina. Só você não tá vendo. Olha o que você disse: ele te salva, te enxerga, você gosta de estar com ele, você se sente acolhida... Isso é mais do que tesão. Isso é mais do que paixão. Você tá nas mãos dele. Cuidado.
- Cuidado...? - perguntei, assustada com o tom.
Camila voltou a andar. Um vai e vem nervoso.
- Sim. O Saulo não tem cara de quem vai querer ficar aqui pra sempre. Ele é ambicioso. Ele é inquieto. Talvez nem fique na advocacia por muito tempo.
Eu travei. O estômago virou.
- Você acha...?
- Acho. E mais: você está perdendo esse jogo. Você acha que tem o controle, mas não tem. Tá se apaixonando, e ele percebeu. É você quem precisa decidir: ou se afasta agora e sofre - m