Saulo
Notei o rubor em suas bochechas assim que me viu. Aquele olhar rápido, desconfiado, era inconfundível: ciúmes. Angelina podia negar até o fim, mas seus olhos verdes me entregavam tudo.
Atlas correu até ela, mostrando o quadro ainda manchado de cores. Ela se abaixou, parabenizou o menino com um sorriso orgulhoso, e sua voz suave elogiou:
- Está lindo, meu amor. Carla agiliza o almoço, pede ao Adson para montar a mesa, pra gente, tá?
- Claro dona Angelina, com licença.
Mas logo me chamou. O tom mais sério, quase cortado. - Saulo, pode vir comigo até o escritório? Atlas, tire o pijama, filho, coloque a tela no sol para secar, depois colocamos no escritório pode ser? - Ele a olhou animado.
- No meu. - Apelei, lhe vendo olhar de mim para a mãe, rindo. Eu não poderia negar que adoraria ter quadrinhos com os seus dedos marcados na minha parede. Ele foi arrancando a roupa contente. - Aproveite e limpe o banheiro querido. - Ela falou.
A empregada já tinha ido embora. Fui atrás dela pel