Quase convincente

Angelina Ribeiro

Acordei estranhando a ausência de Diogo em casa, normalmente sempre vindo de repente, ligando, estando presente. Estiquei a mão pelo lado vazio da cama, o frio no lençol só reforçando a sensação de vazio, algum dia esperei que ele ocupasse esse lugar, mas nunca o fez, nem teve vontade, suspirei fundo.

Pensei em ligar para ele, mas hesitei. Ultimamente, as chamadas dele tinham diminuído. O silêncio pesava, e a distância parecia maior do que nunca.

Levantei devagar, procurando os meninos. O quarto estava em silêncio demais. Olhei em volta vendo Atlas ainda dormindo, lhe toquei a testa devagar, afaguei os seus cabelos loiros bagunçados, percebi que Saulo não estava mais lá... e Adson também não. O coração acelerou. Saí quase em disparada, ele não teria coragem de levar meu filho, teria? Mas me detive na sala

Adson estava sentado no sofá, controle remoto na mão, olhos vidrados na televisão. Parei, respirei fundo e me aproximei devagar.

- Bom dia, filho! - cumprimentei, se
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