Angelina Garcia
Eu não entendi o porquê Ana Júlia parecia tão convidativa e falante com o doutor Saulo, sempre foi desconfiada e receosa com as pessoas.
Sequer conseguia raciocinar numa desculpa para não recebê-lo, lembrando que a casa estaria uma bagunça me atormentava.
— É, a vida de estudante de enfermagem não é fácil. Entre estágio, aulas e provas, a gente mal tem tempo pra respirar. — Minha filha sorrindo apoiada entre os dois bancos continuava a falar sem parar.
— Sei bem como é. Durante a faculdade de Direito, eu vivia cercado de livros e códigos. Mas faz parte, né? — O doutor Saulo ao meu lado prestava atenção a estrada lhe dando atenção, eu já não levava tão a sério o que me dizia, talvez fosse sua maneira de reforçar a sua masculinidade, parecer um garanhão.
— Com certeza! E Direito deve ser tão intenso quanto Enfermagem. No meu caso, além de estudar, ainda tem a prática... Ver pacientes, lidar com emergências.— Permaneci calada, tudo o que vi durante o dia ia e voltava a mi