Minha, apenas minha.

Saulo Prado

Para meu alívio, Ana Júlia partiu com Rafael.

Não reclamou, não protestou, mas, mesmo assim, fiquei estranho o resto da tarde. Sem Angelina no escritório, tudo parecia vazio. O som do teclado na sala de Francesca era o único sinal de vida e com ela, eu não queria conversa nenhuma.

Terminei o caso do dia com pressa. Assim que pude, parti. Fui direto para a chácara.

Rafael estava deitado na espreguiçadeira, ainda com a roupa do escritório. Chutei de leve seu pé claramente, só estava esperando a hora certa de voltar.

- Acorda, vagabundo! - provoquei.

Ele se assustou, abrindo os braços que apoiava atrás da cabeça.

- Ué, descanso, chefia. Vem cá... enteada gostosinha, hein? Joga na minha mão. - sussurrou, e isso me acendeu o alerta. Ana Júlia ainda estava por ali?

Respirei fundo. Meus olhos cravaram a casa.

- Tá louco? Quer me meter em confusão com a minha ruiva? Além do mais, eu sei bem as encrencas que você se mete. Resolveu a parada com a Tainá?

Rafael bufou, balançando a c
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